quarta-feira, 28 de julho de 2010

Baixa umidade do ar deixa cidade em estado de alerta

A climatologista Wanda Prata alerta para o baixo nível de umidade relativa do ar em Uberaba neste final de semana. Segundo a professora, a baixa umidade influencia na sensação de desconforto. Ontem, a umidade relativa estava 24% baixa e hoje chega a 20%, onde fica o alerta.
Wanda Prata explica que o ar contém uma certa quantidade de vapor de água que depende da sua temperatura: quanto mais quente o ar, mais vapor de água ele retém. "Uma baixa umidade relativa significa que o ar é mais seco e pode reter muito mais água naquela temperatura. A umidade relativa tem papel importantíssimo em nossa sensação de conforto. Se a umidade relativa for de 100%, significa que a água não vai evaporar, pois o ar já está saturado (máxima quantidade de vapor d'água possível)", esclarece.
Wanda Prata afirma que neste período é preciso tomar precauções, principalmente se tratando de crianças e idosos. Também deve-se evitar exercícios. Não há previsão de chuvas. "O índice de evaporação está altíssimo e o lençol freático está descendo rapidamente. A baixa umidade relativa do ar, principalmente associada à poluição atmosférica, pode causar problemas como dores de cabeça e irritação nos olhos, nariz e garganta. Também aumentam os riscos de transmissão de doenças respiratórias e de desidratação", avisa.
A climatologista aconselha a ingestão de muito líquido. Colocar uma bacia de água ou de uma toalha molhada no lugar onde se dorme também é recomendado. "Não vai criar fungos, como alguns dizem".
Wanda Prata afirma que não é nada adequado fechar as janelas, pois isso gera a proliferação de ácaros e piora os quadros alérgicos. Segundo a climatologista, é importante abrir as janelas para renovar o ar e manter o ambiente limpo de poeira.
A climatologista também recomenda evitar objetos que acumulem poeira, como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia. Aparelhos de ar-condicionado não devem ser usados, uma vez que ressecam ainda mais o ar.

Pediatra - Conforme o pediatra Renato Humberto Fabri, com a baixa umidade relativa do ar, a procura de policlínicas e consultórios médicos aumentou em decorrência de doenças respiratórias. O especialista aconselha a não fazer exercícios forçados e nem caminhadas prolongadas.
Fabri explica que a baixa umidade do ar propaga doenças respiratórias, como rinite alérgica, faringite e pneumonia em adultos, idosos e, principalmente, em crianças, que podem apresentar desde aquela tosse até irritação nos olhos. "Esses são alguns sinais de que o organismo está sentindo o ressecamento do ar. Atualmente, uma em cada cinco crianças tem algum tipo de alergia, e, quando o tempo fica seco, as alérgicas, que têm rinite ou asma, por exemplo, são as que mais sofrem com os desconfortos respiratórios", diz.
O pediatra recomenda que nos quartos com ar-condicionado, os pais devem colocar bacias ou depósitos de água, pois facilita a respiração das crianças. "Em pessoas alérgicas, o ar-condicionado provoca tosse devido ao ressecamento da mucosa nasal. É a chamada tosse de cachorro. Também é preciso ficar atento à hidratação das crianças. É fundamental oferecer bastante líquido, em especial para os bebês. Com o tempo quente e seco, as crianças desidratam rápido, o que é muito grave", salienta.
Fabri orienta que em casa, a higiene do ambiente com pano úmido no chão e nos móveis é fundamental para eliminar o acúmulo de poeira e evitar crises de alergia. Outra dica é deixar baldes de água no quarto das crianças durante a noite, para aumentar a umidade do ar.